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  • Foto do escritorLilian Primi

Nós, mulheres


Eugênia Brandão (Juiz de Fora, 6 de março de 1898 — Rio de Janeiro, 16 de junho de 1948), no Brasil, e as estadunidenses Nellie Bly (Elizabeth Cochran Seaman - Armstrong, 5 de maio de 1864 — Nova Iorque, 27 de janeiro de 1922) e Elizabeth Bisland Wetmore (Louisiana - 11 de fevereiro de 1861 - Virgínia, 6 de janeiro de 1929) são apresentadas pelo Google como as primeiras repórteres do mundo. Provavelmente existem outras, muitas, já que entre o final do século 19 e início do 20, muitas mulheres encontravam espaço nos jornais e na literatura, muitas vezes sob pseudônimos masculinos.

As histórias das três, no entanto, são mesmo muito interessantes e justificam o destaque: Eugênia liderou os protestos pela prisão e extradição de Olga Benário e chegou a ser presa pela polícia de Getúlio Vargas; Nellie e Bisland ficaram conhecidas por baterem o recorde literário de Júlio Verne, dando uma volta ao mundo em menos de 80 dias (Nellie em 74 e Bisland em 76). Os jornais em que trabalhavam estimularam uma disputa entre as duas, o que atualmente pouco importa.

Nellie era uma mente inquieta: antes de dar a volta ao mundo, internou-se em um sanatório para investigar denúncias de tortura e maus tratos - o que conseguiu fazer com maestria e muitos riscos, inaugurando o que no futuro se chamaria "jornalismo gonzo" (estilo de narrativa em produção de mídia em que o narrador abandona qualquer pretensão de objetividade e se mistura profundamente com a ação, de que o maior expoente é o estadunidense Hunter S. Thompson). Seu chefe era ninguém menos do que Joseph Pulitzer, (do prêmio Pulitzer, o mais relevante em jornalismo), que dirigiu (e resgatou a respeitabilidade) o New York World de 1813 até sua morte, em 1911. Depois de casada abandonou a profissão, mas com a morte do marido, um industrial, assumiu a gerência da empresa e foi uma fértil e criativa inventora, tendo conseguido a proeza de registrar duas patentes, para embalagens de leite e cestos de lixo. A empresa acabou falindo, ela voltou ao jornalismo e nesta volta, cobriu o front oriental da Primeira Guerra e previu o voto feminino ao cobrir a Parada Sufragista em 1913. Elizabeth Bisland tinha um perfil mais literário e depois de dar a volta ao mundo, transformou suas anotações em um livro e passou a se dedicar a textos mais "sérios". Nos links abaixo há acesso a alguns dos melhores arquivos sobre as duas na web.

Nellie Bly online - Reúne o melhor da sua produção jornalística, além de estudos sobre o seu legado e também uma galeria de fotos e de vídeos que inclui uma animação com a sua biografia, que dá vida à personagem. Neste site tem o acesso ao texto de sua volta ao mundo, a matéria que resultou da sua internação no sanatório e muitos outros.

In Seven Stages: A Flying Trip Around the World - Abre o texto completo do livro que Elizabeth Bisland publicou com as anotações de sua volta ao mundo. Em inglês. Clique no botão abaixo para uma versão em português. Para ver a biografia dela na wikipedia, clique aqui

ELIZABETH BISLAND_1881-1929 - Em sete etapas_ uma viagem aérea ao redor do mundo_
.pdf
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Memorial do Jornalismo - Eugênia Brandão (Moreyra): a primeira repórter do Brasil - Biografia ilustrada de Eugênia Brandão, com uma lista de matérias de sua autoria digitalizadas e com acesso livre. No botão abaixo, um artigo que apresenta e analisa a sua trajetória, de Lara Monique Oliveira Almeida.


EUGENIA BRANDAO primeira repórter do brasil
.pdf
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